Madrugada...

Quando a madrugada chega a lambuzar-se de doces palavras... Resta-nos apenas olhá-la... Esperar o tempo manso... Cobri-la de sonhos e aguardar o dia nascer.
O risco do seguro abrigo, em face, cobrir-me de beijos... Ah! Dormir em notas!
Um acordar, entre tantos outros já vistos... Todos tão iguais, que nada mais surpreende...
Em rede das águas que caíram em movimento circular... O dia nasce... Mesmo se os olhos estiverem fechados... Percebes?
Não há, nesse mundo gigante, um contorno mais concreto do que o dito em palavras respiração...
Em dó, o recuo mais sensato... A linha tênue que segura os joelhos... O respirar falho... O procurar teu corpo, em sonhos tecidos na tua boca... Hiato!

09:02