A história do beijo

Outrora raridade...

Objeto de delito dos moçoilos da época.

Quão ricos se sentiam, se seus lábios se elevassem

Além da mão da donzela.

Desbravando a seda pura, a boca na carne trêmula

Do braço, banhado de alfazema.

Era o êxtase!

Porém aos malandros de plantão, pois no mundo sempre houve,

A boca era feita para o beijo, nunca o braço ou a mão.

E acontecia!

Atrás das palmeiras, embaixo do balcão,

Por trás da tia distraída, durante o ronco do patrão.

Que fossem rápidos, deixemos bem claro,

Caso alguém flagrasse o ato despudorado

Podia considerar-se marido, o pobre namorado.

O beijo nasceu com o mundo

Tímido, ousado, pedido, roubado.

Fingido, verdadeiro, seco ou molhado.

Como se vê e sabe,

O beijo, este tocar de lábios

Tão simples de definir.

É o verdadeiro fruto do diabo

Desde que Deus fez Eva existir.

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 29/12/2008
Código do texto: T1358274