Poesias de Bolso 90 ( Ser tão sertão! )
Da inclemência do sol
- Luz que abastece e renega -
Ou antes do feixe primevo
- Raio que contempla e ofusca -
Parido no antro atro do mundo
Medra a flor de esquálidas pétalas
O fio afiado das navalhas
Tosquiando a pele dos dias
Revela e vela suas agruras.
Pai nosso de cada pão feito semente
Trigo ardente em solo tórrido
A lágrima de olhos sem brilhos
Lavando a dormência da terra
Quem sabe um novo porvir?
Na cova rasa onde sonha a esperança...