Defiro a indiferença!
Sou também a terra refertilizada,
uma semente escondida,
uma alma brotada,
um amor desvivido,
uma simples palavra falada...
e terra de ninguém.
Ceifo os passos de minhas mãos,
rego o jardim com os pés
e minhas serenatas faço ao meio-dia
enquanto lúcido durmo
tentando readivinhar a vida.
Se sou esse anjo esquisito,
ai de mim de não o sê-lo
e sentindo que algum amor habita o meu peito,
eu deixar de amá-lo voluntariamente,
porque aí nenhum pedaço meu será semente
e, eu, um passarinho sem asa,
um amor sem ninho
e um bico de gente a beber nada!