0079 A CORTINA VERMELHA
A cortina vermelha se abriu
Seu belo olhar me seduziu.
Cheio de estranho mistério
Com um malicioso critério.
Já estava tudo bem programado.
O contexto estava apropriado;
Com cenas alegres e comoventes.
Declarou ser meu pretendente.
O cenário me instigava e me surpreendia!
A meia luz do abajur resplandecia.
A cortina vermelha acetinada,
Com um brilho mesclado e renda dourada.
Aquele aposento com brilho real.
Fascinou-me no primeiro olhar fui leal.
Feito com esmero e capricho.
A cor alterava os sentidos.
Havia pegado desprevenida.
Não estava naquele momento protegida,
Numa carência e inocência;
A força fugiu. Que imprudência!
A cabeça girou quando o revi.
O pé petrificado parou sem sentir.
O coração balanceou,
Chama ardente queimou.
A cortina vermelha com raio dourado.
De emoção o coração ficou enamorado!
A face corada e disfarçada; mas nunca tão amada!
Que fatalidade! A cabeça nas nuvens na noite estrelada.
Hortência Lopes