0079 A CORTINA VERMELHA

A cortina vermelha se abriu

Seu belo olhar me seduziu.

Cheio de estranho mistério

Com um malicioso critério.

Já estava tudo bem programado.

O contexto estava apropriado;

Com cenas alegres e comoventes.

Declarou ser meu pretendente.

O cenário me instigava e me surpreendia!

A meia luz do abajur resplandecia.

A cortina vermelha acetinada,

Com um brilho mesclado e renda dourada.

Aquele aposento com brilho real.

Fascinou-me no primeiro olhar fui leal.

Feito com esmero e capricho.

A cor alterava os sentidos.

Havia pegado desprevenida.

Não estava naquele momento protegida,

Numa carência e inocência;

A força fugiu. Que imprudência!

A cabeça girou quando o revi.

O pé petrificado parou sem sentir.

O coração balanceou,

Chama ardente queimou.

A cortina vermelha com raio dourado.

De emoção o coração ficou enamorado!

A face corada e disfarçada; mas nunca tão amada!

Que fatalidade! A cabeça nas nuvens na noite estrelada.

Hortência Lopes

Hortência Lopes
Enviado por Hortência Lopes em 28/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
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