Seu mito
Por entre as máscaras
Variamos nossa comédia,
Valorizamos as tragédias
até subirmos aos ninhos dos corvos de Ptolomeu.
Renascemos tal o fígado
Que se mordeu,
E esperamos um dia possível
Que teu corpo te prometeu.
Sem dores
Ou os amores que ninguém nunca te deu,
Sem suspiros de horrores,
Sem as flores que seu amor esqueceu
Sobre a bancada da cozinha
Quando parou para olhar o céu,
Este amor ao céu.
Esse amor ao seu,
Que te leva as estrelas e tira-te o véu,
Que te ama sem o jeito de um avião de papel
Que voa no frágil branco das nuvens
E protege seus olhos dos raios de sol
com o calor de Ícaro.