Seu mito

Por entre as máscaras

Variamos nossa comédia,

Valorizamos as tragédias

até subirmos aos ninhos dos corvos de Ptolomeu.

Renascemos tal o fígado

Que se mordeu,

E esperamos um dia possível

Que teu corpo te prometeu.

Sem dores

Ou os amores que ninguém nunca te deu,

Sem suspiros de horrores,

Sem as flores que seu amor esqueceu

Sobre a bancada da cozinha

Quando parou para olhar o céu,

Este amor ao céu.

Esse amor ao seu,

Que te leva as estrelas e tira-te o véu,

Que te ama sem o jeito de um avião de papel

Que voa no frágil branco das nuvens

E protege seus olhos dos raios de sol

com o calor de Ícaro.

LMB
Enviado por LMB em 28/12/2008
Reeditado em 28/12/2008
Código do texto: T1356049
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