Anjo da morte
Anjo, fazem de ti mau juízo,
Quando a vida nos finalizas,
Comentando que não avisas,
Se vamos ou não ao Paraíso!
Ao expirarmos o último suspiro,
És tu quem se faz presente,
Conduzindo-nos numa viagem
Em que o corpo se faz ausente.
És pontual e inclemente,
Não erras em sua missão.
Auxilia-nos nesta transição,
Levando-nos deste planeta
Para um destino ignorado.
Sabemos que não tens amigos,
Nem ao menos companheiros,
Vives só, incompreendido,
Mas, vais em frente, indignado,
Não entendendo por que razão,
Todos lhe rogam maldição.
Devido a sua própria natureza,
Sente-se subjugado a um serviço,
Que certamente não lhe dá prazer,
Mas, ao qual se vê obrigado a fazer.
Certa feita, após realizado
o seu trabalho, uma alma
ouve-o a lamentar-se:
Ah! Quem me dera um dia findasse
Esse eterno e maldito encanto,
Desse trabalho que odeio tanto,
Para que um dia eu pudesse morrer,
Igual a toda essa gente!
Ah! Quem me dera esse dia chegasse
Para que a Deus eu pudesse
Ser eternamente grato!
Ah! Quem me dera!...