Anjo da morte

Anjo, fazem de ti mau juízo,

Quando a vida nos finalizas,

Comentando que não avisas,

Se vamos ou não ao Paraíso!

Ao expirarmos o último suspiro,

És tu quem se faz presente,

Conduzindo-nos numa viagem

Em que o corpo se faz ausente.

És pontual e inclemente,

Não erras em sua missão.

Auxilia-nos nesta transição,

Levando-nos deste planeta

Para um destino ignorado.

Sabemos que não tens amigos,

Nem ao menos companheiros,

Vives só, incompreendido,

Mas, vais em frente, indignado,

Não entendendo por que razão,

Todos lhe rogam maldição.

Devido a sua própria natureza,

Sente-se subjugado a um serviço,

Que certamente não lhe dá prazer,

Mas, ao qual se vê obrigado a fazer.

Certa feita, após realizado

o seu trabalho, uma alma

ouve-o a lamentar-se:

Ah! Quem me dera um dia findasse

Esse eterno e maldito encanto,

Desse trabalho que odeio tanto,

Para que um dia eu pudesse morrer,

Igual a toda essa gente!

Ah! Quem me dera esse dia chegasse

Para que a Deus eu pudesse

Ser eternamente grato!

Ah! Quem me dera!...

Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 27/12/2008
Reeditado em 25/10/2009
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