ANDANÇAS
ANDANÇAS
Teus olhos que procuro em vâo;
foge da sintonia dos meus...
mesmo que me desepere e grite
nem assim apareces da tua escuridão.
Como podes falar de amor se não o sentes;
como podes pensar em felicidade sem escolha;
o que pensas nas andanças que tu fazes;
sempre sem destino nas tuas verdades.
És um paradoxo inexplicável...
Sofres do mal da altivez sem humildade;
triste é o ser que da vida leva...
vontade sufocada de saudade.
Amas, penso que tu amas...
Só nâo encontro a direção do teu amor;
na consistência que a paixão reclama...
És prisioneiro que sonhas sem ardor.
Dormes nas estradas que percorres;
nunca em tua vida paixão realizou;
o amor intenso que teu corpo pede;
perde-se nos desvios que tu abraçou.
Dor de amor é dor doída...
nâo se cura só de esperanças;
a pele clama, o instinto pede...
dormindo junto a ti na tua cama.
MÁRCIA ROCHA
24/12/2008