O Domador de Dragões
Vivia na ilha do medo
Terra do Reino do Fogo
E tomava conta dos seus demónios
E os dos outros
Semi-Deus de todos os Empórios
Ele era
O Domador de Dragões
Há milhões de anos que partiu
Desde o início que está entre nós
Avô
Dos nossos avós
Invisível
Mas presente
O Domador de Dragões
Até então passara
Por outros mundos
Onde viveu até à sua morte
Viajando depois para outros vivos
Onde o dia apenas começara
O Domador de Dragões
Viveu a última eternidade em Marte
Assistiu aos seus belos dias iniciais, e o tempo depressa voou…
Surgindo os terríveis dias do fim
Quando a vida dos outros se evaporou
Soltando, primeiro, recolhendo depois
As suas feras
O Domador de Dragões
Até que quando uma Aurora se desvaneceu
Outra se abriu
E ele com pena
Partiu
Para Aqui
O Domador de Dragões
Onde desde o Nascimento
De nós
Que alimenta os nossos sonhos
E vela para que não se transformem em pesadelos
Largando-os nos ventos
Da história
Que se misturam
Com as lendas da memória
Mas depurando-os
Tirando-lhes o medo
Mas não a glória
Porque essa é nossa
Através da vitória
Que travámos desde sempre
Contra nós próprios
Contra os receios interiores
Duma raça nobre
Que não sabe viver
Sem privados terrores
Tal como outras
Que nos antecederam
Que depois de nós surgirão
E por isso Ele vela
Ele domina
Esse lado negro
Porque apesar
De Eterno
Não nos pode dominar
Sendo Ele que o está a controlar
Senhor supremo
Das mais tenebrosas razões
Ele é a luz que nos acompanha:
O Domador de Dragões
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