Enquanto
Enquanto as estrelas cintilam no breu da escuridão, e as águas da chuva, bater nas vidraças, ofuscando-me a visão, hei de proclamar o amor.
O rio faz a curva ao longe, entre as pedras, lança-se bruscamente, o vento balança os galhos da palmeira, derradeira a sua sina.
Enquanto o teu olhar, buscar o meu na multidão, e o coração bater fortemente, deixe aflorar a emoção que invade lentamente.
Na quietude da alma, sentar-se a beira do Cipreste, pescando ilusões a vista, sem interrogações e indagações, na sutileza do sentimento.
Palavras sem destino, florescer em cada gota de orvalho, lágrima cai dos olhos, na magnitude do momento só meu.
Enquanto os jardins, amanhecerem floridos e minhas lembranças, tecidas de nostalgia, afagar o ego, no meu silêncio passageiro, encontro-me entre o céu e terra.
A voz ecoa entre nuvens azuis anis, regressei ao passado distante que outrora vive, onde o dia cai no horizonte, inspiração do poeta errante, mesclado de emoções alheias, tecendo teias de ilusões, na busca constante de estimular paixões esquecidas.
Recordações, fragrâncias incrustadas n´ alma, levanta-te os olhos aos céus, o amor flutua na penumbra, enquanto dormes.
Na pureza da essência, lábios envolvem-se em silêncio...
Escrito
07.04.2006
Por Águida Hettwer