Sonhos de Natal

É pálido o dia

e, rubra, a noite inda chora

a esperar o sol desvirginar-se.

Em mim a alma busca o sono

antes que se abram os olhos

e os sonhos vão-se embora

para depois de mim

onde mora solitário um horizonte.

Há um cheiro de incenso doce beijado...

são meus olhos que passaram

e nada viram de ti, nem de mim.

É pálido o dia

e a noite que era rubra dormiu

e foi sonhar do outro lado do céu,

onde Papai Noel existe.

O presente resta-me na árvore deste poema

e se sonhei, sonhei com linda cena

onde os dativos velhos riem

e meu coração jamais se esquece

que é Natal...

na mesma noite, no mesmo dia

quando eu acho-me a sonhar com a vida

e encher-me de esperança.