OXALÁ
Epa babá-epa ô,
meu Senhor,
devolva o branco às ruas
da sua, meu Salvador,
cidade
meio caminho da Bahia
seja no elefante dos Gandhi
ou no abre-alas do Brown
Epa babá-epa ô,
meu Senhor,
devolva os barcos ao mar
da sua, meu Salvador,
modelo
da Oxum na rampa do mercado
com tempero da Maria de São Pedro
ou no Meia Três da China
Epa babá-epa ô,
meu Senhor,
devolva os braços mansos
da sua, meu Salvador,
espelho
para que Iemanjá tenha inveja
dos olhares de Pierre, do tempero da Dada,
da voz doce de Zélia e de quem vier de lá.
Epa babá-epa ô,
meu Senhor,
devolva o berço de cidadão
da sua, meu Salvador,
Pátria de Exu
que abre todos os caminhos
aos que com raízes nascem e com raízes ficam
aos pés, encantados, com a fé ao Senhor do Bomfim.