Pela madrugada
Vou envolver-te dentro de um verso
Pra que nunca mais saias de mim
Enroscarei teu corpo sedento
Em frases que não tenham fim
Te darei de beber sonetos abertos
Para que nas estrofes tu possas me fazer
Preenche meus braços desertos
Aperta-me com a mesma vontade de escrever
Quero sentir tua escrita me envolvendo
Quero ser a rima cheia que tu queres
Vou te fazer delirar amanhecendo
Sem que precises de outras mulheres
Dou-te minhas mãos insanas
Toma para ti minhas letras sorrateiras
Deita na minha cama de espinhos
Me deixa acordada a noite inteira
Sente a inspiração forte e sonhada
Rouba-me o sono e a memória
O que sou eu sem ti na madrugada
Sou poeta pobre e sem história.