ABSTRATO
Não sou quem pensei que seria,
Nem vejo mais quem eu queria,
ver em meus sonhos todo dia,
mesmo em ilusória alegria.
Acordo com diferente dia,
mas sinto a luz que irradia.
Das manhãs com névoa fria,
o amanhecer me dá alegria.
Perambulo pela tarde vazia,
sob o Sol causticante que ardia.
Em calor que queimava a pradaria.
e no calvario eu me sentia.
Mulher? so mesmo a minha Maria,
por ela de amores eu sofria.
Sofrimento atôa, pois bem sabia,
que era só eu que ela queria.
Na vida de lavorista eu fazia,
Para a labuta do dia a dia,
Entre uma roça e outra plantava
colhendo o que dava e comia.
Me recolho, vem ai noite fria,
rezo o terço para Santa Maria,
Pois sei que ela, sempre me vigia.
e se não velasse o que de mim seria?.