A fala
O que tem no dia, mesmo que pouco,
A noite repete, a noite reflete.
O terreno é espaço vago -
Um planeta no meio -
Tudo no vácuo.
Caprichos de par.
Tem olho, pata e pêlo de bicho.
Girando no teto, roda de vento.
Cadernos, borrachas, cobertores.
Mas a mulher ancorada, já coroada
Se lança nas cordas da estrela
E salta o planeta do meio
Metade buscando...
É a Lua, nua, rainha tua
Reflete, se olha, vê Sol.
Distante, o coração fica cinza
E a fala, roxa saudade.