Dependência química
Eu te vejo,
ontem e hoje,
como da primeira
que te vi.
Sei que não sabes
que, no olho que havia,
não só era sabido,
mas também era ouvido.
Teu tocar,
teu ofício.
Tua forma tão discreta,
teus seios que me agridem.
Olho, porque te quero.
Vejo e suporto,
porque te amo.
(“Mais uma dose!”)
Vê se não se vai,
porque te tenho em elo
que não se resolveu,
queira Deus(!), tão trino e triste.
(Olha, somos um,
somos dois.
Quarenta e sete,
ou quarenta
na entrada que agredimos.) *Pluridimensional
São solos, insônia.
Que agressão da tua veia,
minha veia em teu sangue,
no meu córtex(!);
não mais volto,
não existo.
Sou o ponto mais exato
neste instante que carrego;
é longo e breve,
é esquisito e vigarista.
Que loucura Bm,
poesiatrovamúsica!
Somos dois,
somos um.
Em dimensões paradisíacas,
Somos apenas areia de uma praia
tão vadia.