Dependência química

Eu te vejo,

ontem e hoje,

como da primeira

que te vi.

Sei que não sabes

que, no olho que havia,

não só era sabido,

mas também era ouvido.

Teu tocar,

teu ofício.

Tua forma tão discreta,

teus seios que me agridem.

Olho, porque te quero.

Vejo e suporto,

porque te amo.

(“Mais uma dose!”)

Vê se não se vai,

porque te tenho em elo

que não se resolveu,

queira Deus(!), tão trino e triste.

(Olha, somos um,

somos dois.

Quarenta e sete,

ou quarenta

na entrada que agredimos.) *Pluridimensional

São solos, insônia.

Que agressão da tua veia,

minha veia em teu sangue,

no meu córtex(!);

não mais volto,

não existo.

Sou o ponto mais exato

neste instante que carrego;

é longo e breve,

é esquisito e vigarista.

Que loucura Bm,

poesiatrovamúsica!

Somos dois,

somos um.

Em dimensões paradisíacas,

Somos apenas areia de uma praia

tão vadia.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 22/12/2008
Código do texto: T1348922
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