Êxtase
O brilho do sol mal penetrava nas nuvens,
Que teimavam em transformar o cinzento dia
Em uma paisagem de filme de terror.
Meus pés passeavam por entre decadentes folhas,
Que cobriam o árido chão, onde se deixavam ficar.
Flores incolores, com seu perfume fétido, repugnavam o ar.
Atmosfera irrespirável, contaminado pelo mau cheiro da vegetação,
Que circundavam as turvas águas do rio.
E eu ali, no meio disso tudo, sem rumo, sem direção.
Perplexo, sem nexo, descrente, infeliz.
No meio desse caos, você apareceu.
Menina levada, trouxe o sorriso malicioso,
O gingado contagiante, olhar penetrante.
Me arrebatou como a pluma no furacão,
Como a espuma das ondas do oceano.
Como a presa nas garras da águia.
Tão rápida veio,
Tão rápida se foi.
E eu continuei no mesmo caminho, no mesmo rumo,
Reenergizado pelo magnífico brilho do sol, espelhado nas águas do rio,
Pisando entre pétalas multicor,
Nas sublimes veredas do caminho
Onde o perfume inebriante das flores,
Me davam a certeza
De que viver vale a pena.
E eu ali, no meio disso tudo, sem rumo, sem direção.
Perplexo, sem nexo... agora crente e feliz.