NOITE TÁCITA
NOITE TÁCITA
... Há um abajur desgastado...
Retratos opacos de olhos temíveis.
Há um crucifixo de madeiro lavrado...
Somente uma cruz; Jesus fora dispensado...
Há janelas atravancadas, e, na porta da sala,
Quatro trancas, e em cada tranca, sete voltas...
Parece-me uma senzala...
Ainda assim, pela vidraça, vejo à noite tácita;
Nenhum movimento, senão o do vento...
Quero ar... Quero respirar... Quero à natureza louvar.
(Áurea de Luz)