Casa de Maribondos

“CASA DE MARIBONDOS”

(Lembranças da minha infância)

Igual a tantas, cheia de movimento.

Todos nós, os Maribondos, estávamos lá.

Muito trabalho, sem cessar, um só momento.

Lá no engenho, onde o tempo, vi parar.

Era assim a “CASA DE MAREIBONDOS”

“JAGUAREMA” dos meus avos, o nosso lar.

Dois açudes, duas matas, os roçados.

Fosse São João, fosse Natal. P’ra festejar.

Eu brincava, na moenda, com meus primos.

Onde o caldo da cana, eu vi tirar.

Corria solto, no meu tempo, de menino.

Mil fantasias, eu vivia, a sonhar.

Da aguardente, que do alambique, escorria.

O seu cheiro forte, eu sentia no ar.

Na casa de farinha, a gente aprendia.

A mandioca, em farinha, transformar.

Ao longe, eu escutava, a Vovó Teca.

Com sua voz firme, a nos chamar.

Para o açude, eu corria, bem sapeca.

Pensando no banho, que ia tomar.

Na casa grande, a Tia Hita, nos recebia.

Em volta da mesa, p’ra gente almoçar.

Com o Tio Maribondinho, eu aprendia

Os segredos, para o baralho, jogar.

Assim recordo, a “CASA DE MARIBONDOS”

Que durante a minha infância, estive lá

Hoje encontrei, guardada nos meus sonhos.

E, com estes versos, eu quero homenagear.