Dor, poesia, irreverência!
Quando a poesia...
Visita a minha dor
E chamusca-me em brasa
Reverencio-a...
Dizendo-lhe... Por favor,
Bem vinda à minha casa!
As dores têm campo extenso,
Tem trejeitos e pecados!
Confabulam no silêncio...
Com territórios marcados!
Gritam nas casernas do tempo...
Rogando por alforria!
Se abafados, ais lamurientos...
Renascem...
No alívio da poesia!
Há dores que cobram encargos!
Vestem máscaras de ilusão!
E num exotismo bastardo...
Sopram cinzas de compaixão!
Há dores que criam casca!
As dores físicas... Tem a ciência
As de amores... A conveniência
Da cura apropriada!
Mas sempre sobra uma lasca...
Pra dizerem...
Que alguem sofreu por nada!
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(21/12/2008)