II - Segunda-feira (Almanaque)




Agradeça se acaso tiver um lugar assim
para ir. Não espere, vá olhar o pé de café,
ou de caju, de pitanga ou seriguela,
o ensaio da passarada,
sua casinha na beira do lago
da praia, do rio, do mato, como for
vá namorar sob a lua
e, se não tiver a quem abraçar
abrace as nuvens, beije as estrelas
vá, antes que morra em você
a vontade de ir.


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Um lugar assim, repleto de verde, cores e sabores existe logo ali... talvez no quintal, talvez a apenas alguns quilômetros.
Porém há outro lugar, aquele que não queremos encontrar e que, por isso mesmo, preenche espaços, aprisiona, obriga e cobra como trabalho forçado, como a escravidão.
É aquele lugar ditado pela mente que censura, exige, persegue, julga e condena.
Este lugar sabe seduzir, não pelo que oferece, mas por estar dentro de nós.
Ele é tão poderoso que muitas vezes nos rouba a capacidade de discernir e escolher.
Este poder, entretanto, é dado por nós e se serenarmos a mente, a ponto de torná-la nossa amiga, encontraremos logo ali, na cadeira da sala, no banco do jardim, o lugar repleto de cores, sabores, sons, toques e aromas que farão de poucos momentos uma inesquecível viagem.


Yara (Cilyn) Lima Oliveira
(Jan./2007)

no livro Água, Terra, Fogo, Ar