ARREPIOS E ARREPENDIMENTOS (*)
Verso vermelho escrito
Em tua coxa de neve
Joelho sobre tijolos
Joelho sobre joelhos
Teu gosto de “ouro puro”.
Cálida, gélida, vem!
Destemperada poesia.
Na catedral do desejo
Parece que vejo (e vejo!)
O recomeço do beijo.
E é poesia o que torna?
Ou vida que vai-se embora?
Ou morna onda sonora
Da branca tez que se ignora
Signora da minha tez?
Que nada!
Engano, demora, charme
Da carne morta de medo
No verso refugiada.
(*) Publicado originalmente n’ O Velho Testamento, ed. do autor, 1988.