CANÇÃO SONOLENTA

CANÇÃO SONOLENTA

Correm lentos noite e rio

nos atalhos entre o vento

aquecendo a mão do frio

nos retalhos do relento...

A brisa vem-me acalmar

de antigo ressentimento

e o vento me vem cantar

de tanto contentamento.

Na alameda à luz da lua

sob o céu além do tempo

nas poças d’água da rua

entre luzes me contemplo.

Futuro não tem passado

e o presente não tem fim.

Há em mim um outro lado

de um outro lado de mim...

Jaz-me a alma repousada

e uma flor calada em mim

como saudade encostada

no canteiro de um jardim...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 20/12/2008
Código do texto: T1346080
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