Gárgula

Uma gárgula me reflete,

fantasmas me seguem

e demônios me habitam.

É tempo das bruxas

e de suas faces esdrúxulas.

Será vã a Epopéia do Bardo,

só leio o urro do Leopardo.

Fera atiçada

nessa noite de "São Nada".

Junto meu delírio à luz do Poste,

mas não há Lua que se mostre.

Blasfemo contra a Divindade

e proclamo a Luxúria na Cidade.

Mas, no fundo, temo a Maldade.

Fecho olhos e janela

e o terror me invade.

Eu queria novo Tempo de Bondade...

Durmo a metade

e sonho saudade.