Amarelo do sol,
Do girassol, da margarida
Amarelo da criatividade,
da alegria, da verdade
Amarelo do elo que une
As pessoas e a Natureza
Do cravo de defunto
Sobre a tampa do fundo
Onde chega a carne
Quando o espírito vê.
O amarelo da cobertura cósmica
Da orquídea, da gérbera
Amarelo do sorriso
Quando um rosto enrubescido0
Parece envergonhado
Amarelo do Mico e
Do Leão Dourados,
Do Jaguar extintos ou em extinção
Amarelo do chakra do umbigo
Do trigo, do fubá
Da pimenta de cheiro
Do cheiro do vatapá, do gosto do acarajé
Amarelo do besouro, do ouro,
Da aliança, do Santo Graal,
Da lua que sai do mar
Da estrela de Natal

(jul./2007) Do livro ÁGUA, TERRA, FOGO E AR - Poesia e Prosa
IMAGEM: Flor de abóbora, por Yara Cilyn


A caneta de Deus é verde, mas o amarelo está em tudo, seria porque, por ser tão bonita, se intromete? Até no “sorriso amarelo” ela está, entre as cores da raças, no fundo das minas, nos reflexos dos topázios, no interior das frutas e por fora também, nas roupas nas lâmpadas, no abajur, no nascente e no ocaso, nos olhos “amarelo-castanhos". Nenhuma compete com o amarelo, está, nos dentes (não tão bonitos), mas não por causa dela e nas unhas também, (por outro motivo). O amarelo é mesmo espaçoso! Está na aura dos santos, no cálice da Ceia e no presente. Para mim, amarela é a cor do presente, do Agora!


Yara (Cilyn) Lima Oliveira