OS OLHOS DA MULHER-NÉVOA 
                          (poema em trovas)


Desde que o poeta os mirou
sentiu neles forte elã.
Depressa os apelidou
de olhos de mucunã.

Névoa de nada sabia.
Só pôs fé na semelhança
a que o amado aludia
porque sentiu segurança.

Num dia pela manhã
surpresa ela viu chegar
semente de mucunã
artesanada em colar.

O mimo veio de longe,
das terras do verde mar.
O hábito não faz o monge...
Não deu pra ela adivinhar.

Névoa chorou (é emotiva)
com o amor dele por ela.
Mucunã será cativa
no colo e nos olhos dela.


                             [para o poeta]

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"Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir..."
Destes versos
(eu sem medo)
De Geraldo Azevedo,
Eu faço um arremedo,
Do que eu sinto por ti...
Oh, minha doce romã,
Será hoje, amanhã?
Minha linda jaçanã,
Dos olhos de mucunã...
                                    [para minha poetisa]
                    
José Augusto de Oliveira




foto: google

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 19/12/2008
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T1344522
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