OS DOIS LADOS

não hei de negar:

amei!

e tanto e tanto, ainda, hei de amar

até guardar

[menino ou adulto]

teu primeiro presente de compromisso

[astuto]

em meio aos meus primeiros lembrados caóticos

[achados]

ao lado da morada da razão.

Serás?...

não hei de negar:

amei!

e tanto e tanto, ainda, hei de amar

até achar

[adulto ou ausente]

teu primeiro estado de indecência a encontrar

[absoluto]

os meios em meus meios na primeira ausência de insônia

[perdida]

ao lado da morada da razão.

Serás?...

não hei de negar:

amei!

e tanto e tanto, ainda, hei de amar

até sentir

[ausente ou amante]

teu primeiro acontecer remoído e intermitente

[safado]

em meio a’um misto da primeira lágrima e primeiro riso

[perplexo]

à descobrir a morada da emoção.

Serás!...

não hei de negar:

teu lado de dentro me espanta e do fora me alucina.