Rumo louco!
Já sem ruas, perdido, eu vago alheio
nas lorotas do tempo, traz-me o vento disfarçado
a mostrar-se indiferente aos meus lamentos ritmados,
paralelando a cruz que trago tristemente aos ombros.
Calçado nas ausências sigo um mórbido silêncio,
algemando um fogo que me faz fraco veneno
como se antes de matar-me quisesse sereno
saber até onde irei com a dor que me segue nesta viagem.
Sou um colibri desafoito na fumaça de certa flor queimada,
a tossir mentiras e a dizer tolas verdades
como se o último moicano houvesse morrido bem depois de mim.
Como, o que de mim enjoa a vida sem qualquer resposta,
entre os molambos jogados onde descanso o corpo sujo
mas louco de amor, inda voltando, inda viajando e cheio de mágoas