CAMPO DE MEDITAÇÃO

CAMPO DE MEDITAÇÃO

As estradas que sempre iam,

continuam indo, a despeito de mim

que por hora estou voltando...

Mas quando não houver

mais estradas para quem vai,

suave será a caron a dos riachos

que são estradas feitas de lágrimas

de saudade dos amores viajados.

Continuarão, como os dias e as noites,

na direção do reino do nunca mais...

E como as rosas num leito de orvalho,

é possível que eu me reencontre comigo

em qualquer curva do crepúsculo

para o vasto espanto das manhãs

que terei deixado para trás...

E não posso evitar que seja assim:

as estradas levando a memória

do quanto eu ando de rosas

nas veredas do meu jardim...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 18/12/2008
Código do texto: T1342854
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