PISANDO

E o tempo passa no caminho espinhoso
Do espinho saturado de suor;
De suor que agasalha o meu rosto
Do rosto já marcado pela cor
A cor apagada pelo tempo
Que o tempo levou sem maldizer
A maldição que o padre dizia
Dizendo a cor que passava pelo largo
O largo florido pela luz
Toda luz que faltou no coração
O coração marcado pela vida/
Que a vida não soube explicar
Explicações, censuras e armamentos/
Das armas que eu mesmo empunhei
Empunhando a guerra no meu medo/
E tendo medo, destruo a ilusão/
Me iludo com o passo que dou/
Se dou, não dou o que quero/
Se quero, quero mais do que devia/
Devendo eu passar outro momento/
Momento que passou pelo infinito/
E pelo infinito eu mesmo machuquei/
Machucando a flor que pisei/
Pisando a marca de amor que amei/
luiz machado
Enviado por luiz machado em 18/12/2008
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