Paulo e João
João enterrou Paulo.
Eram amigos e tinham uma banda.
Andavam por campos de morangos
de tão infinita doçura.
Foram amigos
antes de uma Dinamene
de outros orientes;
do sol nascente.
Como Helena,
a destruição vem
dos botões sorridentes
e úmidos.
De carreiras e história,
não mais se vê.
O sonho acaba
junto à dinâmica da natureza.
João matou Paulo,
porque Jorge não dormiu
e porque o estrelado percussionista
se esqueceu de chamar
pelos besouros ensandecidos.