TORRENTE
Alvissareira lua que testemunha em meu âmago,
Minha ânsia em atingir o clímax
A poesia jorra a fora, eu em orgasmos múltiplos
Um chafariz de palavras se encontrando e se perdendo
Sou como um domador de feras insanas
Um surfista a cavalgar ondas bravias
Alguns versos, seguro em rédeas firmes
Outros vocábulos, escorrem entre os dedos
Como se fossem areias finas
É tortuoso deveras, por vezes deleite
Êxtase e dor em um só momento
Muitos momentos, rápidos e lentos
Eu procuro a torneira que feche esse vagalhão
Mas trancafia-lo é represar o impossível
Acho que só a morte interrompe o aguaceiro...
Eu acho...