LÁGRIMAS - DUAS ÓRBITAS DE UMA VISÃO


Escorregam várias gotas incolores,
Desfazendo-se num temporal,
Transformando em prantos,
A alma no silêncio lacrimal.

Há lágrimas de uma alegria,
Pulsando e ativando o coração,
Há dores que fazem à nostalgia,
Decaindo a vida em desilusão.

Existe ainda o choro como música,
Com flauta, cavaquinho e violão,
Saindo o chorinho com bandolim e pistão,
Tudo para conter lágrimas na emoção.

Lágrimas do bem e lágrimas do mal,
Positiva com o elo da alegria,
Negativa anexada na melancolia,
Verdadeiro universo da nossa vida.

Que derramam líquidos no pinga, pinga,
Esvaziando a glândula lacrimal alcalina,
Limpando o par da visão do mundo,
Lubrifica imprimindo mais pureza.

Nem as nossas mãos aparam.
As chuvas que caem dos céus,
Pelos dois globos do universo,
Refletindo tristezas ou alegrias.

Em cada órbita da gema há um olhar,
Cristalinas no olhar de Deus do amor,
Criador desta visão panorâmica perfeita,
Que me faz escrever estes meros versos.

Olhando nos meus olhos como são os prantos:
As lástimas e júbilos formam a existência.




ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 05/04/2006
Reeditado em 07/10/2011
Código do texto: T134148
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