VIDA
Vida que se abraça,
Que ri cheia de graça
Encantando os corações;
Que tem alma de criança,
Que semeia a esperança
No penar das ilusões.
Vida que sofre e chora,
Que a migalha implora
Na porta dos desumanos;
Que se esquece de outrora,
Que blasfema toda hora
Os próprios desenganos.
Vida insana e vazia
Que amarga a cama fria
Nas noites de solidão;
Que apega a nostalgia,
Que a saudade irradia
Sonhando fama e paixão.
Vida boa de paz e lume,
Que se entrega sem queixume
Ao prazer doce de amar;
Que tudo se resume,
Que no altar se une
Até a morte separar.
Vida, vida, vida...