Das interrogações
O fogo esquenta porque arde,
ou esquenta por quem sente?
E a vida dói de vez em vez,
ou a dor é margem da lucidez?
A felicidade é moradora inalterada,
ou é frequentemente inventada?
E se você finge ser, por aí,
que há de me dizer que não por aqui?
Se a minha, e a sua vida passa,
creio que só nos restam as palavras?
E se você se vê refletido no espelho,
quem é este inerte do outro lado?
Eu, aqui por de trás deste papel,
Nem sei respostas, finjo estar ao léu.