Das interrogações

O fogo esquenta porque arde,

ou esquenta por quem sente?

E a vida dói de vez em vez,

ou a dor é margem da lucidez?

A felicidade é moradora inalterada,

ou é frequentemente inventada?

E se você finge ser, por aí,

que há de me dizer que não por aqui?

Se a minha, e a sua vida passa,

creio que só nos restam as palavras?

E se você se vê refletido no espelho,

quem é este inerte do outro lado?

Eu, aqui por de trás deste papel,

Nem sei respostas, finjo estar ao léu.

Ferdinando Rodrigues
Enviado por Ferdinando Rodrigues em 17/12/2008
Código do texto: T1340287
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