O Trem da Liberdade
Segue o trem nos trilhos que atravessam os campos...
Dourado... Que reluz dançando ao vento...
Lilás... Perfumando infinitamente o tempo...
Alvo... Onde plantei meus mais doridos prantos...
Segue o trem... Não vou sozinho... Deus vai comigo...
Olhando o campo dourado... Certifico-me de levar a perseverança...
Nesta trouxa carrego este perfume... Reviverá minha esperança...
O resto eu deixo pra traz... Sigo com Deus me livrando do perigo...
Segue e não pare até chegar, trem... Enquanto vou contigo cantando...
Para o Espírito... A Alma... Em Azul... Cantando uma oração...
Pois até a chegada... Canto neste meu castelo: um vagão...
E cantando... Como este vento...Sinto-me cada vez mais me libertando...
Segue o trem para se perder naquele horizonte
Sem o chicote... Por manchar de carmim a alvura...
Sem torturas... Talvez respeito... Voz em brandura...
Sem o extremo esforço... Sem este suor que me escorre na fronte...
Segue o trem para qualquer lugar... Que não volte aqui...
Que me leve a uma vida... Que me traga dignidade...
Que me tire este pacto em ferro... Que traga a sonhada liberdade...
Que leve meu passado... E toda sujeição que sofri!
Fonte de Memórias- São Paulo, 17 de Dezembro de 2008.
In Memorian: E.F.