Chova-se em mim
abrace-me
e abra o aço
que veda
meu peito
esse lacre
que criei
em auto-defesa
e solte todos os cadeados
os elos enferrujados
azeite
as fechaduras
sem chaves
as travas
as trevas ilumine
os cantos
as poeiras espalhe
abre-me janelas
frestas vazem sua luz em raios finos
réstias
de leve
neste deserto peito
resequido e rachado
chova-me