Canteiro de Gérberas

Serão minhas gérberas,

Amarelas, vermelhas,

Rosadas e brancas;

Meus mimos para promessas,

Disfarce das minhas olheiras

E da minha voz quebrada.

Gérberas amarelas, meu sol

Que reflete no canteiro;

Minha ausência sem desculpas.

Gérberas vermelhas, o sangue

Que corre minhas veias invisíveis;

Meu soluço secreto sob os telhados.

Gérberas rosadas, a pintura

Que remove minha incerta palidez;

Meu temor inconstante das frases frias.

Gérberas brancas, minha redenção

Ainda que passageira como a sombra;

Minha presença casual nas palavras alheias.

Serão minhas gérberas,

Meu sol, meu sangue,

Minha pintura e minha redenção;

Confidentes do que omiti,

Meus trajes ao alvorecer

E histórias para eu dormir.

LLP
Enviado por LLP em 16/12/2008
Código do texto: T1338833
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.