Canteiro de Gérberas
Serão minhas gérberas,
Amarelas, vermelhas,
Rosadas e brancas;
Meus mimos para promessas,
Disfarce das minhas olheiras
E da minha voz quebrada.
Gérberas amarelas, meu sol
Que reflete no canteiro;
Minha ausência sem desculpas.
Gérberas vermelhas, o sangue
Que corre minhas veias invisíveis;
Meu soluço secreto sob os telhados.
Gérberas rosadas, a pintura
Que remove minha incerta palidez;
Meu temor inconstante das frases frias.
Gérberas brancas, minha redenção
Ainda que passageira como a sombra;
Minha presença casual nas palavras alheias.
Serão minhas gérberas,
Meu sol, meu sangue,
Minha pintura e minha redenção;
Confidentes do que omiti,
Meus trajes ao alvorecer
E histórias para eu dormir.