EL TORO

Touro orgulhoso que na arena não se domina,

Não geme quando a bandarilha em si se prende,

Luta contra cada estocada e não se rende,

E a orgulhosa cabeça não inclina.

Ele marcha valente para a viva quina,

Que, com certeiro golpe, seu coração fende,

E no chão da arena seu corpo inerte estende,

Gritando a multidão o “olé” que alucina.

Às vezes é o vencedor da insana peleja,

Cego de ódio tomba quem na sua frente esteja,

E espumando descarrega a fúria contida,

Rasgando o homem, tirando-lhe a vida.

Mesmo vencendo o vencido ao vencedor,

O homem não deixa de espalhar a dor,

Dizima, de forma louca, por motivos banais,

Buscando primitivos prazeres na morte dos animais.

02/03/03