O Abraço da Noite
O Abraço da Noite
Há dias que a minha noite abraça teu corpo,
E meus sonhos, são só desenhos de ti,
Liberto a mente e sacio-me nos teus braços,
Entranço minhas pernas nas tuas, como quem faz um laço,
E o quente da tua boca invade-me os sentidos,
Rendo-me no delirar da noite, à procura de encantos perdidos.
Sonhos vãos que se esvanecem no amanhecer,
E me provocam azia, tanto é o meu querer,
Fico derrotado no acordar de todos os dias,
Entre meus lençóis, cheios de poemas de amor,
Que não me aquecem o corpo, nas manhã frias,
E apenas escondem um vulto, que tenta calar a dor…
Os passos brandos onde disfarço meu caminhar,
Não me denunciam, não mostram a vontade de amar,
O olhar encoraja-se ao olhar as fotos do teu perfil,
E a mente rejuvenesce lembrando teu passo subtil,
As horas são um eterno desalinho,
E o mundo roda devagar, devagar, devagarinho,
Talvez pare, perto da tua praia,
E me deixe arredado na areia, deitado sobre a tua saia!
Talvez meu sonho nunca acabe,
E teus dedos eu os ganhe, num segredo que ninguém sabe,
E teus beijos venham aquecer a minha noite,
E o amanhecer vire um prémio, acabando com o açoite!
Nenúfar 14/12/2008