Súplica
Senhor! Pedir-vos nestes versos venho,
(Embora estranho o fato vos pareça)
Pedir-vos, sim, Senhor, com muito empenho,
Não permitais, Senhor, que eu envelheça...
Não que a velhice em si me apavora...
Pensar que a menosprezo é uma tolice,
Pois, que meu bem maior há muito mora
No lar sereno e calmo da velhice...
O que não quero, Senhor, e o detesto,
É ir morrendo, assim, devagarinho...
É consciência ter do manifesto
E iniludível fim do meu caminho!...
Tombar prefiro em meio à caminhada,
Cair de- bruços sobre a terra quente,
Em pleno dia ou tarde ensolarada...
Nunca, Senhor, na ora do poente.
Morrer prefiro em plena primavera,
(Antes que venha, pois, o inverno rude)
A sobraçar os versos que eu fizera,
Sonhando aqueles que compor não pude...
Fevereiro de 1962.
Senhor! Pedir-vos nestes versos venho,
(Embora estranho o fato vos pareça)
Pedir-vos, sim, Senhor, com muito empenho,
Não permitais, Senhor, que eu envelheça...
Não que a velhice em si me apavora...
Pensar que a menosprezo é uma tolice,
Pois, que meu bem maior há muito mora
No lar sereno e calmo da velhice...
O que não quero, Senhor, e o detesto,
É ir morrendo, assim, devagarinho...
É consciência ter do manifesto
E iniludível fim do meu caminho!...
Tombar prefiro em meio à caminhada,
Cair de- bruços sobre a terra quente,
Em pleno dia ou tarde ensolarada...
Nunca, Senhor, na ora do poente.
Morrer prefiro em plena primavera,
(Antes que venha, pois, o inverno rude)
A sobraçar os versos que eu fizera,
Sonhando aqueles que compor não pude...
Fevereiro de 1962.