PROCURA

Sair caminhando,

Embrenhar por caminhos desconhecidos,

O olhar fixo no horizonte, nada a esperar...

Adentro na mata,

Sinto no rosto, o sol entrecortado pelos galhos,

Deparo com o encanto do povo em pé.

Abraço seu tronco amigo,

Que não escolhe quem abrigar.

Descanso meu corpo em suas raízes, que me acolhem como os braços de mãe.

No alto, os pássaros em suas melodias.

Por vezes, o beija-flor de penas azuis, me rodeia,

Como a chamar minha atenção para o belo, o sagrado em volta.

Sorrio para ele,

Meu amigo, meu irmão, obrigada.

Ele não se contenta, bica uma planta por perto,

Me chamando à alegria do momento.

Percebo as mensagens dos amigos,

Me mostram que a alegria está ali.

No voar alegre e brincalhão.

No tronco sempre pronto ao apoio.

No sol brilhando entre as folhagens.

Nas águas claras, que oferecem seu frescor e seu ruído tranqüilo.

Desculpem amigos, irmãos.

Entendo, mas não consigo apreender suas magias.

Tenho de prosseguir,

Preciso achar o lugar,

Não sei qual, nem onde.

Mas deve existir um que me caiba,

Onde possa me sentir parte.