PRIMOPOEMA
Nunca escrevi versos.
Nem sabia , em mim,
a poesia. Represada,
no entanto, ela minava...
Gota a gota, quase nada.
Sensações e sentimentos
mingos, diversos, demersos:
um amor, uma dor,
a saudade em pingos.
Foi crescendo aluvião...
De repente,
uma quadrinha-anúncio,
presságio de inundação,
sinal da cheia interior.
Enchente!
Nunca mais sequei versos.
Brotam silentes, pululam
da enxurrada.
Meu primeiro poema
foi prenúncio de piracema!
Lina Meirelles
Rio, 11.12.08
(para o Forum, Poesia on-line, mote "Meu Primeiro Poema)