VEGETANDO

Como folha seca
Ao fim do outono
Caio, e no vento vou,
Retorcida de pesar
Cinzenta por findar;
Num olhar derradeiro
Despeço-me do sol.
Não sendo semente
Seço de repente
Assim nada deixo
Senão a lembrança
Da sombra que fiz.

Sem remorso deito
Na serrapilheira
Descanso no pó
Este justo juiz
Que a todos mortais
Dá prisão perpétua;
E como sábio matemático
Tudo contabiliza
Cobrindo logo após
Com o sinal de igualdade.

Esvai-se pois a vaidade
E eu, simples folha
Seco, murcho
Feliz me calo...E vou!

kiko dos santos
Enviado por kiko dos santos em 11/12/2008
Reeditado em 19/08/2011
Código do texto: T1330214
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