VERSOS QUE ME DEIXAM VIVO
Que as formas dos meus versos
Não me enclausurem
Mas que me libertem
Dos meus monstros
No que possível
Que a minha poesia não seja estéril
Mas me absolva das minhas culpas
Que ensejou ela existir
Em cujas linhas os desafetos
Desamores se entrelacem
E se esganem entre si
Que o silêncio do não-dito
Não fique amorfo a corroer-me
As entranhas
E a destruir o que ainda resta
De uma alma que, sôfrega,
Engasgou-se nas próprias lágrimas
E padece na agonia.
Que essas linhas
Bem nascidas no silêncio
De uma noite adormecida
Que não amanhece
Revolva o ar que, estancado,
Cerra as janelas, e quebre o vidro,
Abra as cortinas e respire,
Pois se afirma que está vivo.
Que as palavras originadas
De um abismo
Se submeta a imiscuir-se
Em outros tantos e navegar
Fendas abertas, corações
De sangue e prantos
Derramados por amores
E saudades que insistem
Em teimar por um espaço.
Que as formas dos meus versos
Não me enclausurem
Mas que me libertem
Dos meus monstros
No que possível
Que a minha poesia não seja estéril
Mas me absolva das minhas culpas
Que ensejou ela existir
Em cujas linhas os desafetos
Desamores se entrelacem
E se esganem entre si
Que o silêncio do não-dito
Não fique amorfo a corroer-me
As entranhas
E a destruir o que ainda resta
De uma alma que, sôfrega,
Engasgou-se nas próprias lágrimas
E padece na agonia.
Que essas linhas
Bem nascidas no silêncio
De uma noite adormecida
Que não amanhece
Revolva o ar que, estancado,
Cerra as janelas, e quebre o vidro,
Abra as cortinas e respire,
Pois se afirma que está vivo.
Que as palavras originadas
De um abismo
Se submeta a imiscuir-se
Em outros tantos e navegar
Fendas abertas, corações
De sangue e prantos
Derramados por amores
E saudades que insistem
Em teimar por um espaço.