AS MADRUGADAS DESTAS RUAS
As madrugadas destas ruas me conhecem,
De tantas vezes que passei por aqui.
A recitar minha poesia,
Na vinda dos bares, na solidão dos ares,
No caminhar pela noite vazia.
As madrugadas me conhecem,
Por passar as noites em claro,
Pelo meu sono cada vez mais raro,
Pelos meus dias cada dia mais amargo.
Pois eu vivo da noite.
À noite eu posso cantar,
Espalhar minha boemia,
Amar minha menina
A noite eu posso sonhar...
De noite eu me faço,
E me satisfaço,
Consigo sorrir em fim.
De dia não sou mais eu,
O sol me apaga
Então espero pela noite
Para voltar a me conhecer.