INSONE...
É alta madrugada...
Insone, as palavras esvaíram-se...
Que loucura é está!...
Que avassala minha alma...
Domina minha vontade...
O dia prestes a raiar...
O cinzeiro cheio de baganas...
A garrafa de vinho vazia...
O texto incompleto...
A alma em desalinho...
Coração em descompasso...
As mãos tremulam...
Delírios mil...
O que fazer...
Tua imagem domina minha mente...
Sinto ainda o sabor de teus lábios...
A maciez de tua pele...
O toque suave de tuas mãos...
Que desejo é este!...
Que me leva...
A varar a madrugada...
Em busca da rima perfeita...
Do verso sentido...
O que fazer!...
Como dominar este desejo...
Que aflora na alma...
Revigora meu coração...
O dia já se faz presente...
O galo cacarejou...
Insone, noto o papel em desalinho...
O verso incompleto...
O sono se achega...
Pesam as pálpebras...
Mais irei o verso terminar...
Pois desejo ao dormir...
Com você sonhar...
E em teus ouvidos recitar...
Este louco texto...
Que teus carinhos...
Fizeram-me em desalinho e insone traçar...
(Ocram 10/12/08)