A dama de vermelho

elisasantos

Deitei-me no silêncio, folha em branco

Na necessidade de ler alto uma poesia que não fiz

No espelho, ela! Fazendo mímica de mim...

Todos os meus sentidos fervilham

"Quem é você?", "Eu?", "É, você!".

Aproveitando-se da minha paralisia

Sua aparência narcisista se impôs

Palavras chicotearam o ar!

- " Para me proteger, fantasio suas vontades

como dependo de você , finjo, falseio,

ora me mostro, ora me velo, ora me revelo

vou me versionando, tecemos uma teia singular,

feita da fibra dos momentos, que não existiriam sem nós,

como também não teceríamos aquela teia,

se não emprestássemos os fios da vida de cada um.

Existo em você, nos outros e em mim.

Nos limites, subverto a ordem, recrio aleatoriamente o mundo"

- Por isso digo levante-se desse silêncio,

Vista seu vestido vermelho, música preciso ouvir!

elisasantos
Enviado por elisasantos em 02/04/2006
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