A Tristeza do Poeta
Um poeta escreveu em versos,
A beleza do amor, incerto,
Sem na verdade saber,
Com palavras escolhidas,
Como flores, num jardim,
Salpicando sentimentos,
Até que num momento,
Aquele que não sentia,
E apenas escrevia pensamentos,
Acordou num rompante,
De dor, de desespero,
Lamentando profundamente,
Já que do amor belo e puro,
Sobrou um charco de lodo,
Fétido, podre, imundo!
Sem saber mais o que pensar,
Sem palavras bonitas pra expressar,
Gritava ao infinito perguntando,
Cadê as flores perfumadas,
Que me embriagavam de amores?
Cadê a singeleza do jardim?
O poeta escreveu mais uma vez,
Mas a beleza teve um fim,
Seus versos sangravam,
Tingiam de vermelhidão,
As cores belas das flores,
De desilusão, os amores,
O poeta agora triste,
Cambaleia, tropeça em palavras,
Amargas que lhe desagradam,
As respostas as suas perguntas,
Eram apenas tristes conclusões,
De coisas que não valeram à pena.
Poeta! Ouça meu conselho,
Você não deve esquecer,
Que pra nascer uma grande árvore,
Morre primeiro, uma pequena semente,
Que cresce gradualmente,
Até tornar uma árvore,
Grandiosa, frondosa, imponente,
Assim seja você,
Mesmo que nesse momento,
Morra vagarosamente!
Renasça poeta-semente,
Seja grande e belo novamente!