hipoteticamente

a narrativa da voz

olhando do palco o silêncio

escuro da plateia

habitada por pessoas

sem rosto no olhar perdido

onde declamo hipoteticamente

a minha ausência

deste palco iluminado

pela respiração do poema

saindo das pedras

com suas escamas de versos

a flauta mágica

agito-a nas mãos nuas

aflorando os buracos

abertos na cana oca

a alegria mora algures

pronta a mudar de pele

para crescer e crescer

a noite espera por nós

em breve nos alongaremos

à boca do amor e dos corpos

{01.04.06

Estreio este caderno no Dia das Mentiras, será uma data comemorativa da Mentira? Um património a preservar da humanidade? Seja qual for a razão do dia, nele memorizo a estreia de mais um caderno.

Venho de assistir a um espetáculo musical, sentei-me num café a beber uma cerveja. Vou tentar amadurecer a ideia duma letra onde possa a_cor_dar a magia da voz a dar vida às palavras, a letra dum canto: um poema.}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 02/04/2006
Código do texto: T132577